As centrais sindicais promoveram, na manhã desta segunda-feira (07), uma Coletiva de Imprensa para divulgar a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, que deve reunir cerca de 50 mil trabalhadores nesta quarta-feira (09), em São Paulo. O ato, feito tradicionalmente em Brasília, ocorrerá em São Paulo em razão do peso que a metrópole tem na economia do país.

Os sindicalistas aproveitaram para convocar trabalhadores e trabalhadoras para a primeira mobilização unitária organizada neste ano, em defesa da redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. O ato vai começar às 10h, na Praça da Sé, no centro, e seguirá em direção à Avenida Paulista.

Por este ser um ano eleitoral, o objetivo das centrais é entregar as reivindicações para os candidatos à presidência, inclusive a Dilma Rousseff. A pauta dos trabalhadores, cuja elaboração foi coordenada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), será entregue também ao empresariado.

O presidente da CTB, Adilson Araújo, disse está certo de que a vitrine da Copa do Mundo, paralela ao calendário eleitoral brasileiro, lançam uma perspectiva de grande efervescência política no Brasil.

Araújo reconheceu avanços sociais promovidos nos últimos anos, sobretudo, diante da grande crise que ainda acomete boa parte dos países desenvolvidos. “Em diversas ocasiões, temos a sensação de que a pressão exercida pelo sistema financeiro e pelo mercado, têm deixado o Governo bastante suscetível aos interesses patronais”, destacou.

Araújo reconheceu que, um primeiro momento, o governo Dilma tomou posições progressistas de enfrentamento aos interesses daqueles que obtém lucro a partir de ganhos especulativos, mas que a mesma, como passar dos anos, perdeu o ímpeto de enfrentamento: “Eu acho que a Dilma tomou medidas com o objetivo de reduzir o spread-bancário. Porém, no último ano, retornamos a um aumento injustificado de nossa taxa de juros. Temos um pensamento econômico muito equivocado de que se controla a inflação a partir do aumento da taxa de juros. Os resultados de hoje revelam que esse é um modelo ineficiente de controle inflacionário”, defendeu.

O sindicalista pontuou que os grandes eventos esportivos, por atraírem investimentos na produção, estão colaborando para os baixos índices de desemprego que o Brasil vem registrando nos últimos levantamentos: “O Brasil, é verdade, gera muito emprego. Os países em crise adorariam estar em condições em sediar uma Copa do Mundo e, com isso, criar a possibilidade de uma série de investimentos que, somados a uma eminente necessidade de melhorias em infraestrutura, criam um ambiente favorável à geração de empregos por aqui”, afirmou.
Durante o evento, os sindicalistas reforçaram a unidade das centrais e lembraram que o movimento sindical tem propostas importantíssimas para a manutenção do crescimento e desenvolvimento do País.

Os dirigentes lembraram a Agenda da Classe Trabalhadora vêm sendo discutida e debatida desde 2010, ocasião em que, na grande São Paulo, mais de 30.00 lideranças sindicais se reuniram na 2ª Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) em torno de construir uma agenda de consenso entre as principais entidades sindicais do País.

Na opinião dos presidentes das centrais a Marcha do dia 9 “representa a reafirmação da unidade das centrais em torno dessa pauta”.

A Marcha, que se concentra a partir das 10h na Praça da Sé, segue em passeata até o Vão Livre do Masp.

Os organizadores prepararam um documento com as principais reivindicações dos trabalhadores brasileiros que será encaminhado às autoridades logo após o encerramento da Marcha.

 

Portal CTB