Atenta às modificações que vêm ocorrendo no cenário da luta de classes, a diretoria colegiada do SINDIPETRO-RN reuniu-se neste sábado, 14 de setembro, em Natal. O objetivo do encontro foi o de avaliar as conjunturas políticas e econômicas que caracterizam os cenários internacional e nacional, a fim de definir as melhores estratégias de enfrentamento aos desafios que ora se apresentam à classe trabalhadores e especialmente à categoria petroleira.

A abertura do evento ficou a cargo do secretário-geral da entidade, Márcio Dias, que falou sobre o agravamento da crise econômica mudial e as ameaças de guerra. Para Márcio Dias, o receituário imposto pelo FMI e pelo Banco Central Europeu aos governos de diversos países não será capaz de reverter a contínua elevação das taxas de desemprego e o rebaixamento das condições de vida de milhões de pessoas. Muito ao contrário.

Para o sindicalista, a fórmula adotada pelos representantes do capital financeiro para fazer face à crise amplia ainda mais a recessão econômica, elimina direitos e conquistas históricas dos trabalhadores e acentua a concentração de renda e riqueza nas mãos de uma minoria, produzindo efeitos ainda mais catástróficos para a classe trabalhadora.

Referindo-se aos laços entre economia e política, Márcio Dias aponta, ainda, a possibilidade das classes dominantes buscarem a superação da crise econômica por outra via: a da guerra. Na história da luta de classes, lembrou Márcio, esse caminho não é nenhuma novidade. E, atualmente, as potências capitalistas buscam qualquer pretexto para deflagrarem um novo conflito, a exemplo do que vem acontecendo com a Síria.

Nacional – Responsável por apresentar uma avaliação da conjuntura nacional, a diretora de Comunicação do SINDIPETRO-RN, Fátima Viana, chamou a atenção para a desenvoltura com que as forças políticas conservadoras tem atuado no cenário atual, influenciando, inclusive, setores do governo, em um processo de clara disputa de projetos.

Citando o Projeto de Lei 4330, que tramita em fase final na Câmara dos Deputados, e o leilão do Campo de Libra, no Pré-sal, agendado para o dia 21 de outubro, Fátima Viana exemplifica o esforço conservador para impor à Nação um desvio de rota. O PL 4330, destaca Fátima “amplia a terceirização, transformando os trabalhadores em ‘prestadores de serviço’ e não mais em ‘petroleiros’, ‘bancários’, ‘metalúrgicos’ etc.”. Essa condição, segundo a diretora, esvazia o conceito legal e constitucional de categoria, rebaixando o valor social do trabalho na vida econômica e social brasileira.

Já, com relação à iminência do leilão de Libra, Fátima afirmou que é outro ponto que merece a atenção dos trabalhadores, sobretudo, depois das denúncias de que a Petrobrás teria sido alvo de espionagem protagonizada pelo governo ianque. Para a diretora, a realização do leilão agride a soberania do país e entega à iniciativa privada uma das maiores expectativas de crescimento do Brasil.

Juntos, o PL 4330 e o leilão de Libra, configuram verdadeiro retrocesso para a nação, sendo necessário a unidade de todas as forças populares e progressistas para que o enfrentamento a essas ameaças seja vitorioso.