Decididos a combater a prática do Regime Administrativo no campo, trabalhadores da Petrobrás das bases do Alto do Rodrigues (ATP), UTE-JSP, Canto do Amaro e Fazenda Belém iniciaram uma paralisação de advertência, nesta quarta-feira, 27. Com duração de 48 horas, a mobilização é articulada pelo SINDIPETRO-RN e conta com o apoio do SINDIPETRO-CE/PI, que também representa trabalhadores lotados na área de abrangência da UO-RNCE. O objetivo é pressionar a Petrobrás para a criação de um regime especial para os trabalhadores que desempenham atividades eminentemente administrativas em bases remotas nos campos terrestres de produção e terminais. 

Paralisação em Fazenda Belém, promovida pelo SINDIPETRO-CE/PI

De acordo com levantamentos realizados pelo SINDIPETRO-RN, um trabalhador lotado no imóvel de Alto do Rodrigues, submetido ao regime administrativo, é obrigado a dormir na área três vezes por semana. Em outras palavras, isso significa colocar mais de cinco meses, ou seja, quase a metade de um ano à disposição da Companhia. E, para os que dão plantão, a situação é ainda pior. Na prática, o “regime” de 12×2 significa disponibilizar para o trabalho quase 2/3 de um ano.

Exemplo real desta condição, o inspetor de equipamentos lotado no Canto do Amaro, Rivanei Nilo, está engajado no movimento. O petroleiro explica que são muitos os motivos que o levam à luta. “Temos pouco tempo com a família e para estudar. Sem falar no perigo das estradas”, justifica. Na oportunidade, Rivanei convocou os demais colegas a manterem-se firmes na batalha.

Paralisação no Canto do Amaro

Proposta da Petrobrás – Mesmo depois da realização de três reuniões e de duas fortes mobilizações, a Petrobrás continua fazendo “ouvidos de mercador”, negando-se a atender a reivindicação dos trabalhadores. A Companhia vem insistindo na implantação de uma escala de 8×6, mas esta proposta não soluciona as injustiças existentes e ainda ameaça reduzir drasticamente os postos de trabalho no Turno e no Sobreaviso, o que não é objetivo do movimento.

Em verdade, se adotada, a proposta da Petrobrás de 8×6 aprofundaria o desequilíbrio já existente, agravando a relação entre o tempo que o trabalhador disponibiliza para a Empresa e aquele dedicado à sua família. Uma situação que afeta a saúde física e mental dos empregados inseridos em regimes inapropriados à natureza e local de suas atividades, prejudicando até mesmo a produção.