Reunidos em Assembleias, os petroleiros da Bahia rejeitaram a última contraproposta apresentada pela Petrobras e subsidiárias e decretaram greve a partir desta quarta-feira (16). Diante deste quadro, o SINDIPETRO-BA pediu que o Conselho Deliberativo da FUP antecipe sua reunião de terça-feira (22) para sexta (18), com o objetivo de marcar o início da paralisação nacional. A solicitação foi reforçada pelo SINDIPETRO-RN, através de um documento encaminhado à Federação Única dos Petroleiros.

“Reunida neste dia 16 de novembro, a Diretoria do SINDIPETRO-RN vem manifestar a mais absoluta solidariedade classista e, igualmente, vem ratificar a solicitação dos companheiros do SINDIPETRO-BA no sentido de antecipar a reunião do Conselho Deliberativo da FUP”, afirma o documento.

Na Bahia, entre outras unidades, fica a Refinaria Landulpho Alves (RLAM), com capacidade instalada de 323 mil barris por dia. Apesar do movimento, o sindicato afirma que a população não será atingida, já que haverá equipes de contingência para garantir o abastecimento de gás de cozinha.

O coordenador do Sindipetro da Bahia, Paulo César Martin Chamadoiro, reclamou que a empresa não negociou as cotas de produção para atender às necessidades da população, conforme determina a Lei de Greve. “As equipes de contingência teriam de ser formadas em acordo com o sindicato”, afirmou. Ele informou que já foram cortados os turnos nos locais de trabalho.

Já foram realizadas assembléias na Bahia, no Amazonas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Refinaria Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro e na Refinaria do Planalto (Replan), em Paulínia (SP). Todas têm rejeitado a nova contraproposta da Petrobras, que, para os petroleiros não apresenta avanços significativos em relação às reivindicações sociais da categoria, principalmente no que diz respeito a saúde e segurança. Na questão econômica, a empresa elevou a oferta de 9% para 10,71%, mas somente sobre a RMNR.

No Rio Grande do Norte, a proposta de ACT apresentada pela Petrobras está sendo amplamente rejeitada pela categoria petroleira nas bases de representação e estão sendo ratificados os encaminhamentos da FUP no sentido da deflagração da greve nacional dos petroleiros. As assembleias começaram no dia 15 e prosseguem até o dia 18 de novembro.

Também no setor privado, os trabalhadores estão convocados para agenda de assembleias, a serem realizadas no período de 16 a 30/11/2011, nas sedes administrativas das empresas, campos de petróleo, locais de embarque, plataformas marítimas, unidades industriais e nas sondas, com o objetivo de apreciar e deliberar sobre o indicativo do Sindicato de aprovação do Estado de Greve, autorização para o Sindipetro/RN e a FUP negociar e tomar as medidas administrativas, jurídicas, bem como deflagrar greve, instaurar dissídio coletivo, ou de qualquer outra natureza, necessárias à defesa dos interesses dos trabalhadores, e discutir outros assuntos de interesse dos trabalhadores.

Segue documento enviado pelo SINDIPETRO-RN:

Natal(RN), 16 de novembro de 2011

À Federação Única dos Petroleiros – FUP
Att.: João Antônio de Moraes

Assunto: DOCUMENTO DO SINDIPETRO-BA REFRENTE A GREVE NA PETROBRÁS S/A, TRANSPETRO S/A, E PETROBRÁS BIOCOMBUSTÍVEL S/A

Prezados Companheiros e Companheiras,

Tendo em vista o documento acima referenciado, enviado pelos companheiros do SINDIPETRO-BA que já estão em GREVE, cumprimos o dever de comunicar que a diretoria do SINDIPETRO-RN, reunida neste dia 16 de novembro de 2011, vem manifestar a mais absoluta solidariedade classista e, igualmente, vem ratificar a solicitação dos companheiros do SINDIPETRO-BA no intuito de antecipar a reunião do Conselho Deliberativo da FUP para o dia 18 de novembro de 2011.

Neste sentido, ao tempo em que expressamos nossa solidariedade e apoio aos companheiros do SINDIPETRO-BA e demais companheiros da outras bases sindicais petroleiras do Sistema Petrobras que já se encontram em greve, queremos aproveitar a oportunidade para informar que a proposta de ACT apresentada pela Petrobras está sendo amplamente rejeitada pela categoria petroleira da nossa base de representação e, por outro lado, estão sendo ratificados os encaminhamentos da FUP no sentido da deflagração da greve nacional da categoria visando a conquista de um Acordo Coletivo de Trabalho digno.

Certo da compreensão dos companheiros, desde já agredecemos a atenção e aguardamos uma resposta urgente e positiva dessa Federação Única dos Petroleiros – FUP, quanto a esta importante e decisiva solicitação do SINDIPETRO-BA.

Sem mais, despedimo-nos apresentando as nossas saudações classistas.

Atenciosamente   

Márcio Dias
Coordenador Geral – Diretoria Colegiada do SINDIPETRO/RN