Em um grande ato, realizado no portão de entrada da Estação Coletora do Campo de Canto do Amaro, localizada em Mossoró, petroleiros e petroleiras dos setores público e privado paralisaram as atividades na unidade, durante toda manhã do dia 19. Intitulada no calendário da FUP como Dia Nacional de Luta do Setor Privado, a data serviu para que os trabalhadores pudessem manifestar indignação ante os crescentes casos de acidentes no trabalho; de práticas antissindicais e de assédio moral; bem como, com relação à precarização da infraestrutura, fato que atinge principalmente o trabalho feminino.

A mobilização começou logo que o dia amanheceu com o bloqueio dos portões de acesso à unidade. À medida que os trabalhadores chegavam ao local, eram convidados a participar da manifestação e a tomar um café da manhã organizado pelo Sindicato. Um dos pontos mais abordados pelos oradores foi o problema da insegurança. Somente neste ano, foram registrados cinco acidentes fatais em instalações da Petrobrás, todos com trabalhadores terceirizados. Inclusive, mais de 80% das vidas perdidas em acidentes de trabalho na Companhia é de trabalhadores terceirizados. E isto não acontece por acaso.

A chamada “terceirização dos riscos”, política que vem sendo cada vez mais praticada pela Petrobrás, retira da Companhia a responsabilidade pela execução de atividades operacionais e de manutenção que requerem alto nível de especialização e experiência, repassando-as a empresas que muitas vezes não têm o mesmo nível de preocupação e exigência com a segurança do trabalhador, o que acaba ampliando o risco inerente à atividade.

Gênero – Os diretores do SINDIPETRO-RN também aproveitaram a ocasião para tratar da condição feminina no setor do petróleo. A categoria foi convidada a participar do III Encontro de Mulheres Petroleiras do RN, evento que vai acontecer nos dias 22 e 23 de setembro, em Diogo Lopes/Macau – RN. Durante o evento, o Sindicato pretende elaborar uma pauta específica de reivindicações relacionadas às questões de gênero, a ser incorporada às campanhas reivindicatórias de trabalhadores e trabalhadoras das diferentes empresas, tanto do setor público quanto do privado.

Reforçando o convite, a diretora de Assuntos da Mulher Petroleira do SINDIPETRO-RN, Soégima Cristina, ressaltou as conquistas das mulheres em vários campos da política e do mercado de trabalho, mas também denunciou problemas enfrentados pelas mulheres trabalhadoras dentro da Petrobrás, como a falta de banheiros femininos em algumas instalações; o fardamento inadequado para o tipo físico das mulheres; e os casos de assédio sexual, que ainda persistem em muitos setores.