O Dia Nacional dos Aposentados, que acontece em 24 de janeiro, está sendo um dia de luta, e não de comemoração para as famílias petroleiras do Sistema Petrobrás. Atos em diversas bases da empresa foram realizados pela manhã, em protesto contra os descontos abusivos nos benefícios dos aposentados e pensionistas, que há anos acumulam dívidas e passam as mais diversas dificuldades financeiras devido aos famigerados Planos de Equacionamentos de Déficits da Petros (PEDs).

Em Natal, um grande Ato foi realizado com concentração iniciada às 7h em frente à sede da Petrobrás, e encerrando com a entrada de uma grande concentração de aposentados e pensionistas no prédio do EDIRN. Isso mostra que este setor da categoria petroleira do Rio Grande do Norte está mobilizado e disposto à luta.

 

Durante o Ato em Natal, o diretor Ivis Corsino fez um alerta para que a categoria aproveite os anos do governo Lula para resolver os impasses desse plano. “Precisamos nos mobilizar e pressionar o Governo Federal e a presidência da Petrobrás. Não podemos vacilar na defesa e na cobrança de ações reais”.

“Essa conta não é nossa! Já passou da hora da Petrobrás resolver os problemas do nosso fundo de pensão. Queremos viver com dignidade e sermos respeitados”. De Norte a Sul, o desabafo da categoria petroleira tem sido o mesmo há muito tempo.

“Esse Ato significa uma luta em defesa da vida dos aposentados e pensionistas, que trabalharam mais de 40 anos para construir o que é hoje a Petrobrás. Nós exigimos que essas pessoas sejam respeitadas e tratadas com dignidade. Viva os aposentados, viva a Petrobrás”, falou o diretor Marcos Brasil, eleito coordenador geral do Sindipetro-RN no pleito realizado em dezembro passado.

Os atos desta quarta-feira são mais um recado enfático à gestão da Petrobrás para que resolva de forma urgente e definitiva os problemas que causaram o desequilíbrio financeiro dos PPSPs. No entanto, passado um ano da mudança na gestão da Petrobrás, nenhuma solução foi dada e os participantes da ativa e os assistidos dos Planos de Previdência Complementar do Sistema Petrobrás (PPSPs) continuam pagando por déficits que deveriam ter sido assumidos integralmente pela empresa.

A deputada federal Natália Benevides, que veio dar apoio a luta dos petroleiros no Ato de Natal, explicou como a conjuntura do país é desafiadora. “Nós temos que compreender como importantíssima a vitória eleitoral de 2022 que elegeu o Lula, pois significou a volta da democracia, mas sabemos que ainda temos dentro do Governo uma composição extremamente diversa, do ponto de vista político e ideológico. Por isso que existem muitos temas de interesse da classe trabalhadora travados no Congresso. Mas é só com organização e luta que os trabalhadores serão ouvidos”.

Atos Nacionais

A maior mobilização é esperada para ocorrer no Rio de Janeiro, prossegue até agora com a presença de várias representações de aposentados e pensionistas, pois foi proposto pela FUP para ser uma manifestação unificada, envolvendo também a FNP, a Confederação Nacional dos Marítimos (Conttmaf), a Federação das Associações de Aposentados (Fenaspe) e a Associação dos Mantenedores e Beneficiários da Petros (Ambep).

“Presidente Jean Paul, cumpra a sua promesa, vamos acabar com os equacionamentos. Para isso, é importante que as propostas que saírem do Grupo de Trabalho sejam aprovadas pela sua diretoria”, afirmou o diretor da FUP, Paulo César Martin, em frente ao Edifício Senado, no Rio de Janeiro, prédio que abriga as diretorias e as principais gerências executivas da empresa.

Os sindicatos petroleiros enviaram ônibus com participantes e assistidos da Petros, que se deslocaram de várias regiões do país e das cidades do entorno do Rio de Janeiro. Há caravanas do Paraná, da Bahia, de Minas Gerais, do Espírito Santo, do Norte Fluminense, de Duque de Caxias, do Litoral Paulista, além de representações do Amazonas, do Rio Grande do Sul e de várias outras bases da FUP.