A partir de obras variadas, a lista de filmes elaborada pelo Sindipetro Unificado SP traz elementos que ajudam a entender o modo de funcionamento do setor econômico e político mais importante do último século. Vale a pena conferir

[Da imprensa do Sindipetro SP | Por: Guilherme Weimann]

Espionagens, golpes, assassinatos, dinheiro e poder, uma busca incessante pelo poder. Provavelmente nenhum outro setor possua na sua gênese elementos tão dramáticos – e por isso tão válidos às produções cinematográficas – como a indústria do petróleo. Isso não quer dizer que essa combinação tenha gerado um extenso catálogo de filmes. Apesar disso, algumas obras se destacam não apenas na abordagem do tema, como na própria história do cinema.

Desde a perfuração do primeiro poço em 1859, na Pensilvânia, o petróleo está no centro do capitalismo. Além disso, sua utilização foi se diversificando ao longo dos anos e, hoje, são raras as casas ao redor do mundo que não tenham nenhum produto fabricado à base de petróleo.

O Brasil, após a descoberta do pré-sal, também não passou ileso a esse roteiro. Nos últimos anos, os veículos jornalísticos Intercept e Pública revelaram documentos que comprovam a ligação de procuradores da Lava Jato com funcionários ligados à agência de espionagem norte-americana (CIA).

Diante disso, mesmo a lista contendo apenas um filme brasileiro, é impossível não traçar paralelos das obras apontadas, mesmo que ambientadas em outros contextos, com a tragédia nacional em curso.

Confira abaixo os filmes:

O CASO MATTEI 

[Itália, 1972, 116 minutos]

Muito além do que um filme sobre petróleo, O Caso Mattei é um clássico do cinema mundial. Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1972, esta ficção documental foi dirigida por Francesco Rosi, ícone da retomada do cinema político italiano. Também foi protagonizada por Gian Maria Volonté, que além da participação em obras engajadas também se tornou conhecido por papéis em filmes de Sergio Leone, grande artista do gênero western.

O longa-metragem narra a história de Enrico Mattei, um combatente da resistência católica na Lombardia contra o regime fascista de Benito Mussolini [1922-1943], derrotado junto com os outros países do Eixo (Alemanha e Japão) na Segunda Guerra Mundial [1939-1945].

Durante o governo provisório que sucedera o fascismo, Mattei foi nomeado em 1945 justamente para destruir um dos símbolos da propaganda do governo de Mussolini, a Azienda Generale Italiana Petroli (Agip), empresa estatal de petróleo. Entretanto, ao se deparar com pesquisas e documentos que comprovavam o potencial da petrolífera, o engenheiro fez um movimento inverso.

Mattei readmitiu antigos funcionários, costurou parcerias com as mais diversas vertentes políticas e criou, em 1953 – mesmo ano de fundação da Petrobrás –, a Ente Nazionale Idrocarburi (ENI). A partir de então, iniciou uma história de fortalecimento estatal e combate implacável contra as “Sete Irmãs”, termo cunhado pelo próprio Mattei para se referir ao cartel de empresas que dominavam o mercado de petróleo na época – principalmente estadunidenses.

Em uma das cenas do filme, em diálogo com um jornalista, Mattei sintetiza seu pensamento e atuação: “A única maneira de impedir que tudo seja revirado é considerar o Terceiro Mundo como um mundo de seres humanos, não de seres inferiores”. E foi justamente isso que pautou sua atuação à frente da ENI. Aproveitando-se que a Itália havia perdido suas colônias após a Segunda Guerra, Mattei encampou um discurso anticolonialista e um movimento de aproximação com os países produtores da África e Oriente Médio.

Também por interesses econômicos, foi um grande incentivador do movimento de independência na Argélia, além de ter estreitado laços com outros países da região, como Marrocos e Egito. Mas o que talvez tenha despertado a ira do governo dos Estados Unidos foram justamente os contratos estabelecidos com os governos da China e da Rússia, como também a sua atuação decisiva na criação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que deu mais soberania às nações produtoras.

Com uma linguagem que mistura cenas reais, documentais e dramatizadas, o filme se concentra justamente nas consequências dessa afronta ao cartel do mercado e ao imperialismo norte-americano. Em 1962, quando somava quase duas décadas no comando da estatal petrolífera italiana, o avião de Enrico Mattei caiu após ser sabotado, o que causou sua morte aos 54 anos.

Entretanto, na época da gravação do filme, este fato ainda estava no plano da especulação, o que fez com que o diretor Francesco Rosi contratasse o jornalista Mauro De Mauro para fazer uma investigação sobre os últimos dois dias da vida de Mattei. Como se já não bastasse a carga de dramaticidade presente na morte de Mattei, De Mauro foi assassinado pela máfia siciliana enquanto realizada suas pesquisas.

Somente 35 anos após a morte de Mattei, a tese de assassinato foi confirmada de forma oficial. Em 1997, o ex-chefe da máfia, Tommaso Buscetta, admitiu por meio de delação premiada que havia explodido o avião que transportava Enrico Mattei. Entretanto, o inquérito foi encerrado em 2003 sem descobrir os mandantes do crime.

Essa história de conspiração e guerra contra a tentativa de fortalecimento da soberania nacional no setor de petróleo fez com que diversos analistas fizessem comparações do caso Mattei com o vivido pela Petrobrás nos últimos anos. Um deles é o professor da Universidade Federal do ABC (UFABC), Giorgio Romano Schutte, que recorda em artigo a espionagem realizada contra a estatal brasileira por órgãos de inteligência dos Estados Unidos.

O filme está disponível neste site com legenda em espanhol ou em DVD.

A CORDILHEIRA

[Argentina, 2017, 114 minutos]

Se O Caso Mattei se baseia em fatos verídicos para construir sua narrativa ficcional, A Cordilheira parte de um roteiro totalmente ficcional para fazer uma crítica apurada da história de subserviência latino-americana ao imperialismo norte-americano. O filme do argentino Santiago Mitre, que também dirigiu Paulina e Leonera, é protagonizado pelo consagrado Ricardo Darín.

O ator interpreta o papel de presidente da Argentina, chamado na obra de Hernán Blanca, que ocupa o cargo há seis meses. Com uma vida pública ilibada até então, o político descobre que o ex-esposo da filha está à frente de uma denúncia de corrupção, ainda não tornada pública, em uma de suas gestões passadas. Além disso, o mandatário está convivendo com críticas da imprensa por uma postura considerada pouco assertiva da sua gestão, que o denomina como um “presidente invisível”.

Diante desses obstáculos, Blanca viaja ao Chile para uma reunião de líderes latino-americanos que irão discutir a criação da Aliança Petroleira, uma espécie de estatal plurinacional capitaneada pelo presidente brasileiro, que na obra se mostra como um forte estadista, de histórico populista, que diminuiu drasticamente a miséria em seu país. Aqui é impossível não fazer uma fazer uma ligação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um cenário insólito de um hotel cercado pela neve da Cordilheira dos Andes, tudo indica que o presidente argentino seguirá o apoio até então declarado ao projeto liderado pelo Brasil. No entanto, diversas conversas paralelas modificarão a votação que parecia ganha em favor de um projeto que visava se construir como uma alternativa ao poder dos Estados Unidos no continente.

Além disso, a chegada da filha do presidente, que sofre com transtornos psicológicos, traz à obra uma dose de suspense e mistério. Durante o desenrolar do longa-metragem, a personagem de Darín se mostra menos previsível do que aparentava no início da narrativa e, ao conceder entrevista a uma conceituada jornalista política, prenuncia: “o mal existe, e uma pessoa não chega à presidência sem tê-lo visto pelo menos um par de vezes”.

O filme está disponível no Youtube e no Now.  

SYRIANA – A INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

[Estados Unidos, 2005, 128 minutos]

Embora o título sugira o contrário, Syriana – A Indústria do Petróleo se coloca no extremo oposto do didatismo. Mesmo baseado no livro See No Evil, do ex-agente da CIA Robert Baer, o filme foi indicado ao Oscar na categoria de melhor roteiro original no ano de 2006. O responsável pelo feito é o diretor e roteirista Stephen Gaghan, que venceu a estatueta por Traffic, dirigido por Steven Soderbergh.

Se o longa-metragem não levou a premiação como melhor roteiro original, George Clooney foi agraciado como melhor ator coadjuvante pela atuação como Bob Baer, que tudo indica ter sido inspirado na vida do autor do livro no qual a obra se apoia.

Na ficção, Bob Baer trabalha há 21 anos para a CIA investigando terroristas, especialmente no Oriente Médio. Pelo uso de métodos pouco convencionais, como a troca de um arsenal de guerra por informações privilegiadas, o espião é colocado de molho pela alta cúpula da entidade.

Paralelamente, desenrolam-se diversas histórias que vão se chocar ao longo da narrativa. Uma delas é de um analista norte-americano de uma grande empresa de energia interpretado por Matt Damon. Após um drama familiar, o executivo se torna consultor do Príncipe Nasir (Alexander Siddig), de um país não definido do Oriente Médio.

Em um dos diálogos, Nasir sintetiza a disputa simbólica realizada em torno do petróleo: “Quando aceitei a melhor oferta da China para explorar meus poços, o fiz pensando em meu povo, em usar o dinheiro para melhorar a condição de vida de todos, investir em infraestrutura e bem estar social. Por isso, sou chamado pela mídia e pelo seu governo de terrorista, comunista e ateu”.

Se o jovem herdeiro possui um pensamento soberano e desenvolvimentista sobre a reserva de petróleo existente em seu país, seu irmão é rigorosamente o extremo oposto. Um verdadeiro playboy interessado apenas em usufruir da riqueza do seu posto político hereditário. Por essa fragilidade, é alvo de assédio e suborno do governo e do cartel de empresas dos Estados Unidos.

Por fim, uma outra personagem importante para a trama é o advogado Bennett Holiday (Jeffrey Wright), que investiga um possível esquema de corrupção na fusão de duas empresas petrolíferas. Ao questionar o executivo Danny Dalton (Tim Blake Nelson), o advogado escuta uma frase que pode ser considerada a síntese do modus operandi da indústria do petróleo: “Corrupção? Corrupção é a nossa proteção. Corrupção nos mantém a salvo e aquecidos. Corrupção é a razão pela qual você e eu estamos viajando o mundo em vez de ficarmos brigando nas ruas por um pedaço de carne. Corrupção é porque nós vencemos!”.

O filme está disponível no Youtube.

SANGUE NEGRO

[Estados Unidos, 2007, 158 minutos]

Dirigido por Paul Thomas Anderson, um dos cineastas mais talentosos de sua geração, Sangue Negro é um grande épico ficcional ambientado no início do século XX, que conta a história de um empresário pioneiro do ramo do petróleo chamado Daniel Plainview. A interpretação do protagonista rendeu a Daniel Day-Lewis o Oscar de melhor ator – o filme também levou a estatueta de melhor fotografia, concedida a Robert Elswit.

Toda a construção da personagem principal dialoga com a aridez das paisagens que servem como cenário ao filme. Inicialmente, Daniel Plainview é um operário, que incorpora em si o sonho americano em busca do “ouro negro”. Neste percurso, acaba herdando o filho de um dos colegas que morre durante a perfuração de um poço.

Quando já se mostra um empresário proeminente do ramo, recebe a visita de um jovem com informações privilegiadas de uma região rica em petróleo. De fato, Little Boston acaba se mostrando como um grande tesouro descoberto por Daniel. O que ele não imaginava, todavia, eram as dificuldades que enfrentaria exatamente com o garoto que havia entregado a informação privilegiada.

Ele se chama Eli Sunday (Paul Dano) e é um pastor fervoroso da comunidade. Assim como Daniel, busca por meio da religião alcançar pujança econômica e, principalmente, poder. Por isso, é inevitável o choque entre duas personalidades marcadas pela busca incansável de riqueza – seja ela em forma de petróleo ou fiéis.

A partir do momento em que Daniel não permite que o pastor faça uma benção ao poço recém construído na pequena comunidade, as duas personalidades iniciam uma batalha grandiloquente marcada por sangue, mortes e perdas. No fundo, as duas personagens incorporam traços marcante da formação norte-americana – a indústria do petróleo e a religião.

Uma obra que soube mesclar os elementos históricos e os dramas subjetivos das personagens de forma magistral, sem um se tornar acessório do outro. Um filme que já nasceu com o atributo de clássico.

O filme está disponível no Now e dublado no Youtube.  

TERRA PROMETIDA

[Estados Unidos, 2012, 106 minutos]

O boicote das distribuidoras e as críticas mordazes não diminuem o filme, muito pelo contrário. Mostra a potência que Terra Prometida tem enquanto crítica não apenas à indústria do petróleo, como ao próprio procedimento sistêmico das grandes corporações. Dirigido por Gus Van Sant, o longa-metragem é roteirizado por Matt Damon (Gênio Indomável) e John Krasinski (The Office), que também protagonizam a narrativa junto com a atriz Frances McDormand.

Na trama, Steve Butler e Sue Thomason (Matt Damon e Frances McDormand, respectivamente) são funcionários da Global, uma grande empresa de energia. Eles são enviados ao interior dos Estados Unidos para comprar terras pelo menor custo possível de agricultores pobres, com poder de consumo e financiamento totalmente impactados pela crise de 2008, para iniciar a extração de gás natural por meio do fraturamento hidráulico do xisto.

Apesar de se ambientar no interior da maior potência econômica e militar, a história poderia se desenrolar em qualquer parte do mundo, inclusive no Brasil. Aqui, por exemplo, existem diversas personagens semelhantes a Steve Butler e Sue Thomason nos locais onde as corporações e o Estado pretendem construir hidrelétricas, explorar minérios ou erguer grandes obras de infraestrutura. Os métodos, entretanto, costumam ser muito mais violentos em terras tupiniquins.

A personagem interpretada por John Krasinski também pode ser encontrada em diversas partes do mundo. Ele incorpora um militante ambientalista que pertence a uma ONG, que atua na denúncia dos efeitos nocivos do fraturamento hidráulico à natureza, responsável pela contaminação de rios e mortandade de animais.

No final, contudo, ocorre uma grande reviravolta (cuidado com o spoiler), carregada de uma dose extrema de niilismo. Mas a redenção vem à galope, com o protagonista passando de vilão à mocinho em um ato heroico e autodestrutivo. Apesar disso, é uma obra essencial para entender o próprio capitalismo.

O filme está disponível no Youtube

VIRUNGA

[Congo/Reino Unido, 2014, 105 minutos]

Como dito anteriormente, as táticas mudam, mas os métodos das grandes empresas petrolíferas são os mesmos em todos os lugares do mundo. No caso de Virunga, documentário indicado ao Oscar em 2014, o cenário é a República Democrática do Congo, mais especificamente no Parque Nacional do Virunga.

Dirigido pelo cineasta Orlando von Einsiedel, o filme mostra a luta desigual entre a população local e uma grande petroleira, a britânica SOCO Internacional, pelo futuro do mais antigo parque nacional do continente africano – circunscrito em uma área de 7.800 km² que abriga a maior população de gorilas das montanhas, espécie em extinção. Nos anos que antecederam o longa-metragem, 140 funcionários haviam morrido na fiscalização contra invasores da reserva.

Se de um lado aparece todo o poderio corruptor de uma grande companhia internacional, interessada na recém descoberta de petróleo dentro do perímetro do parque, de outro se destacam quatro personagens: o belga Emmanuel de Merode, diretor do parque; o congolês Rodrigue Katembo, chefe de segurança; o também congolês André Bauma, cuidador de quatro gorilas órfãos; e a francesa Mélanie Gouby, jornalista.

A partir de recursos do jornalismo investigativo, que incluem gravações por meio de câmeras escondidas, o documentário consegue captar o poder corruptivo da empresa sobre pessoas e organizações, incluindo o grupo rebelde M23, que inicia uma guerra civil captada de forma assustadora pela equipe do filme.

Além disso, os diálogos do diretor da SOCO Internacional merecem destaque pela sordidez do seu conteúdo. Ele revela todo o plano de suborno e escancara todo seu racismo ao tratar os congoleses como uma raça inferior.

O filme está disponível na Netflix.

HORIZONTE PROFUNDO: DESASTRE NO GOLFO

[Estados Unidos, 2016, 107 minutos]

Dirigido por Peter Berg, Horizonte Profundo: Desastre no Golfo é outro filme que mostra o feitiço virado contra o feiticeiro, assim como o já citado Terra Prometida. Baseado em fatos reais, o longa ficcional mostra os bastidores do maior vazamento de petróleo da história dos Estados Unidos, ocorrido em 2010, no Golfo do México.

A responsável pelo crime é a petroleira britânica BP, que força uma plataforma semissubmersível, denominada justamente Horizonte Profundo (Deepwater Horizon), de propriedade da empresa terceirizada Transocean, a acelerar o processo de extração de petróleo de um poço na região de Louisiana, mesmo com os riscos evidentes.

O resultado foi uma explosão que matou 11 pessoas e deixou sequelas físicas e psicológicas em mais de uma centena de trabalhadores – o que pode ser considerado praticamente um milagre frente à dimensão do desastre.

Além disso, a narrativa também traz, mesmo que de forma secundária, elementos subjetivos que perpassam a vida de petroleiros embarcados – desde solidão e distância da família até a amizade e parceria criadas a partir do convívio extremo de um cotidiano restrito a poucos metros quadrados de uma “ilha” flutuante.

O filme está disponível na Netflix

O OLHO E A FACA

[Brasil, 2016, 107 minutos]

Se em Horizonte Profundo a questão subjetiva é meramente acessória, em O Olho e a Faca ela ganha um caráter de centralidade, apesar do filme não demonstrar isso logo de cara. Durante vários minutos, o longa-metragem sugere muito mais uma narrativa sobre o cotidiano de uma plataforma de petróleo, com uma estética típica do gênero documentário. O que faz recordar a primeira obra do diretor, O Prisioneiro da Grade de Ferro (2003), excelente filme que se passa dentro do extinto Complexo Penitenciário do Carandiru.

Em certo momento, entretanto, os dramas pessoais começam a surgir em volta do protagonista Roberto, interpretado pelo ator Rodrigo Lombardi. Um típico peão, amigo e querido por todos os colegas, é tragado pela lógica da promoção interna da empresa em que trabalha. Isso faz com que sua vida, na qual vigorava até então a retidão – pelo menos aparentemente -, comece a desmoronar.

Em uma das cenas, Roberto mostra um fio de prumo ao filho. O rigor da ação e de sua vida, entretanto, entra em completa ebulição – tanto do ponto de vista pessoal, como profissional.

O trabalhador exemplar se vê perdendo tudo aquilo que havia construído como a base da sua existência. E, como ocorre com diversos trabalhadores, o resultado contém uma grande dose de solidão e dramaticidade. Com certeza, uma personagem que diversos petroleiros poderão se ver representados.

Um outro elemento de destaque é o ambiente do machismo tóxico da plataforma em que Roberto trabalha. Neste ponto, a trama sai do singular e dialoga com a universalidade da indústria do petróleo. Na Petrobrás, por exemplo, as mulheres representam apenas 17% do quadro de funcionários.

O filme está disponível no Youtube.