O coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) Rodrigo Leão é favorável à criação de um imposto sobre a exportação de petróleo para financiar um fundo de compensação aos reajustes dos preços dos combustíveis mas reforça que a Petrobras terá um papel importante para administrar eventuais aumentos dos preços dos derivados no Brasil. Ele explica:

Há alternativas para lidar com os preços dos combustíveis no Brasil. A adoção de um fundo de compensação financiado parcialmente por um imposto de exportação pode reduzir a volatilidade dos preços. Mas seu alcance terá sempre uma limitação. É importante que a Petrobras reduza a frequência dos seus reajustes para evitar grandes oscilações no valor pago pelos consumidores brasileiros.

A sugestão para a criação do fundo foi divulgada na reportagem da Folha de São Paulo Cresce apoio a medidas para suavizar reajuste de combustível sem prejudicar a Petrobras, de 20/04, que aponta uma série de contribuições apresentadas ao governo com o objetivo de minimizar os impactos da política de Preços de Paridade de Importação (PPI) praticada pela Petrobras.

Entre os congressistas, alguns movimentos têm sido feitos neste sentido. Na última terça-feira (20/04), o Senador Rogério Carvalho (PT/SE) protocolou projeto de lei (n° 1472, de 2021), propondo novas diretrizes para a política de preços dos combustíveis e contou com subsídios de informações do Ineep. O deputado Mário Heringer (PDT/MG) também já havia proposto uma iniciativa similar na Câmara dos Deputados.

Essas propostas estão em linha com o artigo Há alternativas para as altas dos combustíveis no Brasil, de autoria de Rodrigo Leão, Eduardo Costa Pinto (ambos do Ineep) e de José Augusto Ruas (Faculdade de Campinas), divulgado, em março último, no Valor Econômico. O projeto de lei de Carvalho utilizou o artigo como base do texto encaminhado ao Senado.

Projetos de Lei usam propostas do Ineep para reduzir volatilidade dos preços dos combustíveisO projeto visa criar um imposto de exportação que financiará parcialmente o fundo de compensação utilizado para reduzir a volatilidade do valor dos derivados e reforça a importância de os preços de realização dos produtos levarem em conta os custos internos de refino. O Ineep acredita que essas duas medidas serão fundamentais para evitar situações ocorridas entre o final de 2020 e início de 2021, quando o preço do diesel e da gasolina dispararam nos postos.

Comunicação Ineep