A mobilização nacional, convocada pela FUP e FNP, foi um sucesso de participação em todo o Brasil. A categoria petroleira unida realizou na manhã desta terça, 30, um ato histórico, em defesa dos participantes e assistidos da Petros.

No Rio Grande do Norte, o grande ato nacional aconteceu em frente à sede da Petrobrás, em Natal, mas em todas as bases das duas federações também houve mobilizações, que contaram com a participação de diversas entidades representativas dos petroleiros como Astape, Aepet, Abraspet e Cepes.

A pressão recaiu sobre a direção da Petros e o seu Conselho Deliberativo, e os petroleiros, que compareceram em massa, pediam ainda a suspenção as cobranças do Plano de Equacionamento do PPSP-R (PED 2021), até a solução definitiva que eliminará todos os equacionamentos, e a Petrobrás a realizar os acordos necessários para colocar os recursos no patrimônio dos PPSPs que resolverão em definitivo esse problema, que aflige milhares de participantes e assistidos.

Na oportunidade do evento, o diretor da pasta de aposentados, José Araújo, relembrou a elaboração de um documento que foi formulado a partir de reuniões para solucionar o problema dos descontos exorbitantes nos contracheques dos participantes e assistidos da Petros, e afirmou que há outras maneiras de solucionar esse déficit.

“Nosso plano não está falido, ele garante o pagamento de todo mundo nos próximos 40 anos, pelo menos. Não é justo pagarmos esse equacionamento, quando a Petrobrás deve mais de 20 bilhões ao plano. Então, a injeção de dinheiro novo passa pela cobrança da dívida dos patrocinadores”, explicou Araújo.

O coordenador geral do SINDIPETRO-RN, Ivis Corsino, também falou mais sobre a dívida da Petrobrás com o fundo de pensão. “O nosso equacionamento é fruto de uma discussão de 22 anos. Desde 2001 há uma cobrança judicial da categoria contra a patrocinadora, que gerou inúmeros equacionamentos para tentar cobrir o prejuízo feito ao fundo de pensão”.

Outro ponto analisado pelo coordenador, é a interferência do governo passado, que ainda acontece, na Petrobrás. “A legislação nos impõe, por termos um fundo de previdência fechado, que nós avaliemos nosso ativos de certa forma. Mas todos os bancos, que possuem previdência complementar aberta, avaliam de maneira mais vantajosa. E não é por acaso. Pois nós vemos que até agora não conseguimos indicar e dar posse à diretoria da Petros, em razão do aparelhamento bolsonarista feito nas instituições”, complementou, Ivis.

A Deputada Natália Bonavides se fez presente no evento, reafirmou o seu compromisso com a categoria petroleira e falou sobre algumas dificuldades do Governo Lula. “Como pode a Petrobrás escoar tanto dinheiro para acionistas, e negar o pagamento da dívida com o Plano Petros? A gente vai precisar de muita luta para tirar essas pautas do papel. Sabemos que o governo eleito tem uma nova visão. Mas também sabemos que é um governo de ampla coalisão, com interesses diversos dentro dele. Então viveremos alguns anos esse tensionamento em vários temas como esse da Petros. E para a classe trabalhadora ter vitórias terá que estar unida e organizada nessa luta”.

O diretor Márcio Dias, fez uma análise da conjuntura, e lembrou das dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora desde o golpe de 2016. “Não foi fácil chegar até aqui. Passamos pelo impeachment da presidenta Dilma, e a prisão do presidente Lula, para a eleição do Bolsonaro. O Brasil jamais poderia ter sido manchado pela eleição de 2018. Mas nós não paramos, enfrentamos e derrubamos aquela quadrilha que estava no poder. E eles ainda vão pagar pelos crimes cometidos”.

“O SINDIPETRO-RN é um sindicato que constrói a luta junto com os trabalhadores, pelo interesse da categoria petroleira, e o interessa da nação. Agora nós cobramos investimentos para que nossa empresa volte a ser o carro-chefe do nosso Estado. E também vamos conseguir derrubar esse equacionamento nocivo aos aposentados e pensionistas, com luta e unidade”, falou Márcio, sobre o papel do Sindicato.

O evento de Natal foi transmitido ao vivo, pela página do SINDIPETRO-RN no Facebook (https://fb.watch/kSaICmKu7p/), e a FUP também realizou algumas transmissões durante a concentração em outras bases sindicais.